CONTEXTO
A malária é uma das principais causas de morte em Moçambique e, apesar de anos de esforços, tem-se revelado difícil de combater. Em 2022, a malária foi responsável por cerca de 24% de todas as consultas externas, com mais de 12 milhões de casos diagnosticados. De 2018 a 2022, o número de casos de malária notificados em todo o país aumentou a cada ano, com excepção de 2021, quando se observou uma ligeira redução de casos, provavelmente relacionada com a epidemia da COVID-19. A prevalência da malária entre crianças de 6 a 59 meses de idade permaneceu estável de 2011 a 2018 em cerca de 40%, mas a prevalência de baixa hemoglobina (anemia malárica, uma das principais causas de mortalidade) nas mesmas idades aumentou de 9% em 2011 para 14% em 2018. Desde 2015, os casos de malária aumentaram substancialmente nas províncias do norte, incluindo Manica, Nampula, Zambézia e Cabo Delgado.
Para fazer face a este desafio, o Governo de Moçambique, o Programa Nacional de Controlo da Malária, a USAID, a Iniciativa Presidencial contra a Malária (PMI) e outros parceiros têm estado a trabalhar em Moçambique no sentido de implementar programas de combate à malária baseados em evidências. A malária é endémica em Moçambique, e toda a população está em risco de contrair a doença. Moçambique é responsável por 4,1 por cento dos casos de malária e 3,8 por cento das mortes por malária a nível mundial.
ABORDAGEM
Através do programa Combate à Malária com Mudança Social e Comportamental (FMSBC), a USAID estabelecerá parcerias com o Ministério da Saúde e ONG locais para aumentar a sua capacidade de conceber, implementar e avaliar intervenções de mudança social e comportamental (SBC). O objectivo é incentivar as pessoas a melhorar os seus comportamentos de prevenção e tratamento da malária. O projecto centra-se nas províncias de Manica, Nampula, Zambézia e Cabo Delgado, no norte do país, onde as taxas de infecção são persistentemente elevadas.
O projecto utiliza uma abordagem de concepção centrada no ser humano (HCD), em que as ONG parceiras participam em actividades concebidas para as ajudar a avaliar as suas próprias capacidades e necessidades e, em seguida, co-criam e executam um plano para adquirir as competências necessárias para levar a cabo intervenções eficazes. Os parceiros conceberão então intervenções que respondam melhor às necessidades das suas comunidades-alvo.
O programa fornece apoio técnico com o objectivo de coordenar estratégias e esforços a nível nacional, provincial e distrital. As actividades de prevenção da malária podem incluir a promoção da utilização de redes mosquiteiras tratadas com insecticida ( RTI), ensinar os cuidados a ter e a manutenção das RTI, encorajar os pais a procurar cuidados médicos para as crianças que apresentem sinais de febre e encorajar a utilização de tratamento preventivo intermitente para a malária na gravidez. As actividades de campanha de sensibilização utilizam a rádio, a publicidade tradicional e meios inovadores baseados na comunidade para difundir mensagens-chave para a mudança de comportamento. Uma preocupação especial é garantir que normas de género prejudiciais não impeçam a adopção de comportamentos que ajudem a prevenir a malária.
RESULTADOS ESPERADOS
Esta actividade tem por objectivo aumentar a adopção e a manutenção de comportamentos de prevenção e tratamento da malária em áreas específicas de Moçambique. Ao melhorar os resultados comportamentais relacionados com a malária, a USAID espera ver uma redução no fardo global da malária. O projecto pretende ver mudanças observáveis em comportamentos prioritários e normas sociais facilitadoras, incluindo, mas não se limitando a:
Cuidados e utilização correcta e consistente de redes tratadas com insecticida;
Procura rápida e adequada de cuidados para a febre;
Assistência pré-natal precoce e regular;
Aceitação de tratamento preventivo intermitente na gravidez, quando oferecido;
Aceitação da pulverização residual de interiores, quando oferecida;
Adesão às directrizes nacionais de teste e tratamento;
Adesão às directrizes sobre malária na gravidez; e
Aceitação de novas formas de intervenções de prevenção.